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ogueiros Decentes

Ainda que teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos,

como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...

(Saint-Exupéry)



sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Pedro. Meia década e a mesma Homenagem


Após qualquer tempo, em dias que marcam passagens, neste caso 5 anos, é natural pensarmos nos familiares que, antes de nós, foram ao encontro da própria verdade.

E a tendência do ser humano, quando alguém sobe para o primeiro (ou segundo) andar, é relaxar e desconsiderar muitos dos erros da pessoa.


Existem pessoas que passam pela vida e mostram claramente, nas atitudes, a bondade autêntica e espontânea e, apesar de erros (é claro, todos temos) e de grande teimosia, às vezes, podemos constatar que são seres especiais.


Basta um pouco de atenção e reflexão para perceber nas intenções (sim, é possível!), nas atitudes, nos espontâneos inocentes comentários (mesmo cirúrgicos) e nas razões das escolhas (até as limitadas, muitas vezes), a lisura e a grandeza da alma, independente do percentual de conta no banco.

Por muitas décadas (Caceta! Tô ficando experiente!) pude ver, da primeira fila, as atitudes do Cara.

Vi o idealismo, a grande exposição ao risco (aos 12 anos) em defesa do mais fraco e o esforço (sempre) pelo benefício geral.

Vi a capacidade e o crescimento pessoal, mas vi a inocência na sua reconhecida grandeza profissional e sua imensa decepção, porque imaginou, sempre, que outros eram também tão dignos.


Vi a indignação com a injustiça e a sublimação de muitos dos próprios desejos e necessidades, muito mais focado no esforço para suprir e atender desejos e necessidades dos outros.


Vi a mágoa pelo afastamento do cotidiano estressante, compatível com sua energia, e o desligamento vagaroso das coisas socialmente e profissionalmente “importantes”.

Vi o Ser Humano que sempre teve dificuldade de enxergar a própria imagem no espelho porque enxergava, na grande maioria das vezes, a imagem da necessidade dos outros.


Ouvi pessoas ao longo do tempo e constatei o registro das suas boas palavras para muitos.

E Vi o seu privilégio (no meu entender) do simples desligamento da sua união espírito-matéria.

Pela sua história, intenções, ações e atitudes, na sua Conta Cósmica, com toda a certeza, os créditos foram muito superiores aos débitos.

E reconheço, apesar de qualquer medida da solidariedade que eu possa ter vivido, aparentado ou praticado,
não sei se conseguiria viver, espontaneamente, a mesma “autêntica bondade espontânea” que possuía o Pedro.

Valeu!
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