Bl
ogueiros Decentes

Ainda que teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos,

como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...

(Saint-Exupéry)



sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Seca "minha" e seca "tua", Grave crise e "marolinha" e a "copa das copa de futebór"

O ministro da fazenda do PT... 
tenta justificar o PÉSSIMO ESTADO DE SAÚDE DO PIB brasileiro, que respira por aparelhos neste momento e atribui a "culpa" à...

- “Copa das copa” ("obra" do PT), 
- “grave crise marolinha” ("análise" do PT)
- "seca" ("argumento" do PT contra o PSDB de São Paulo)

Engraçada a EX-querda, o PT e seus “aliados”:
- TODOS os brasileiros pensantes SABIAM, que a “copa das copa de futebór” traria muito mais problemas e possibilidades de falcatruas, muito mais que qualquer benefício

 - TODOS os brasileiros pensantes SABIAM, que... “não era uma marolinha”...  que o País deveria ter tido mais INTELIGÊNCIA, COMPETÊNCIA e RESPONSABILIDADE na administração da economia 

 - TODOS os brasileiros pensantes SABEM, que São Paulo passa pela maior seca dos últimos 100 anos com equilíbrio e responsabilidade

 Aliás, AINDA BEM QUE TEMOS O PSDB na Administração de São Paulo, pois no Estado de São Paulo, os resultados da seca são muito diferentes dos resultados da seca no Nordeste, cuja administração e a do governo federal, com morte de animais e sofrimento do povo nordestino tão maltratado pelo descaso

Em São Paulo, da COMPETENTE E RESPONSÁVEL ADMINISTRAÇÃO DO PSDB,  o PT “TENTA” utilizar argumentos “energumentáveis”, tentando culpar o RESPONSÁVEL GOVERNADOR ALCKMIN, DO PSDB DE SÃO PAULO, pela seca.
eheh...

Não é novidade esse tipo de... "coerência":
A presidente”A”, apoiada pelo ex-president”O”, quando a Economia já estava parando, há algum tempo, GARANTIU:

 - “Todo brasileiro tem direito de ter carro. Comprem carro! Comprem carro!”
(quase 60% de brasileiros INADIMPLENTES com o “pibinho” e a Recessão chegando)

 E NA CONTRA-MÃO DO PRÓPRIO PT... 
O prefeito de SP do PT, apoiado pela presidente”A” e pelo ex-president”O”, os dois do PT, GARANTIU (com outras palavras):
- “Os proprietários dos carros vão lamentar ter carro”!

“Coerência”... é “isso”!

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Por que ELEIÇÃO DE SENADOR E DEPUTADO É MUITO MAIS IMPORTANTE QUE ELEIÇÃO DE presidente

Por que ELEIÇÃO DE SENADOR E DEPUTADO É MUITO MAIS IMPORTANTE QUE ELEIÇÃO DE presidente?

R.: Na minha opinião, como exemplo, se o presidente do País for plena, total e absolutamente irresponsável, utilizar má-fé, e tentar indicar para a SUPREMA CORTE do País, algum simples advogado, que NÃO TENHA Notório Saber...
os SENADORES E DEPUTADOS MAIS HONRADOS... NÃO ACEITARÃO A INDICAÇÃO do Presidente sacana, evitando complicar a vida do País com a homologação da "AMIGOCRACIA".

Ao ESCOLHER SENADOR E DEPUTADO MAIS HONRADO, O ELEITOR AJUDA O PAÍS A NÃO FORTALECER OS LADRÕES, OS CORRUPTOS E OS PICARETAS.

Com isso o País conseguirá que o Dinheiro Público seja utilizado COM TRANSPARÊNCIA, SEM "SIGILO", COMO SE DEVE, e não para beneficiar ladrões e incompetentes.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"Confiabilidade das pisquisas"...

Na minha opinião, o melhor exemplo de confiabilidade de "Písquisas":

1 - MÁrina vence em primeiro turno em São Paulo

igualmente confiável...

2 - Íbis, time brasileiro é escolhido para participar da Taça dos Clubes Campeões da Europa

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

"Sigilo" com Dinheiro "PÚBLICO"? QUE PORRA É ESSA...?

Sigilo no dinheiro público!
“SIGILO” com Dinheiro PÚBLICO...?????
Peço desculpas por baixar o nível, mas...
QUE PORRA É ESSA?

 “SIGILO” pode ser justo para vida privada, mas não há NENHUMA LÓGICA no uso do “SIGILO” com o Dinheiro “PÚBLICO”!
Dinheiro Público é de todos!

"SIGILO" com o Dinheiro "Público", na vida PÚBLICA, na minha opinião é roubo, é safadeza, é maracutaia dos políticos da PRIVADA!

Os empregados da população, DOS TRÊS PODERES DA “RÉ”PÚBLICA (“REPRESENTANTES da população”!) são eleitos, exatamente, com essa finalidade: "representar a população".
DEVEM, portanto, dar conta dos seus atos e das suas escolhas com o MÁXIMO DE TRANSPARÊNCIA.
E utilizar corretamente o Dinheiro “PÚBLICO”, dos suados e absurdos impostos que a população paga.

 Mas, repito:
QUE PORRA É ESSA...????
Não PODE EXISTIR... “SIGILO” em Dinheiro “PÚBLICO”!

 Na minha opinião... “representantes” da população que escolhem “SIGILO” para a utilização do Dinheiro ‘PÚBLICO”, estão escondendo alguma FALCATRUA, ROUBO, DESONESTIDADE, MARACUTAIA, SAFADEZA E/OU CORRUPÇÃO.

E não se trata de “simpatia”!
O Dinheiro “PÚBLICO” que está sendo roubado é o que “proporcionaRIA”...
melhor futuro para a população em geral, INCLUINDO SEUS FILHOS, NETOS E FAMILIARES.
QUE PORRA É ESSA...!

QUE PORRA DE FUTURO vamos deixar para as próximas gerações?
 Quanto lamento as próximas gerações vão manifestar por termos permitido que o País afundasse TANTO, em razão de leniência e, até, de covardia desta nossa geração, na aceitação de tanta maracutaia e roubalheira do Dinheiro "PÚBLICO", sendo "governados" por ladrões e picaretas?

Devemos PESQUISAR AGORA, ANTES DA ELEIÇÕES, para saber quais os  “representantes do povo” QUE OPTARAM PELO “SIGILO” (sinônimo de roubalheira - minha opinião), e escorraçá-los da vida público COM O VOTO.

E não se trata de “simpatia” por essa ou aquela “ideologia”.
DEVEM SER ESCORRAÇADOS, COM O VOTO, todos os picaretas, que utilizam “SIGILO” COM O DINHEIRO “PÚBLICO”.
DE TODOS OS PARTIDOS!
Não importa o partido...

 Quem se propõe ao “sigilo” no Dinheiro “PÚBLICO”, na minha opinião é picareta e ladrão.
E LADRÃO... É LADRÃO SOB QUALQUER BANDEIRA!
.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Tortura minha e tortura tua... Qual dói mais?

Tenho visto alguns textos que TENTAM justificar a tal “comissão da verdade”. DE UM LADO SÓ!
Não perco meu tempo para ler muitos desses textos, pelo absurdo que é a tal comissão. Na minha opinião.

Quero ressaltar, enfaticamente, que sou FRONTALMENTE E ABSOLUTAMENTE CONTRA QUALQUER ATO VIOLENTO contra o ser humano, de quem quer que seja com quem quer que seja.
Em QUALQUER ideologia!

 Ontem, em um portal da internet, apareceu um texto sobre a jornalista Miriam Leitão e a absurda tortura psicológica que sofreu na época dos Governos Militares Brasileiros (Excelentes, a meu ver, APESAR DE ALGUNS DOENTES IMBECIS QUE PRATICAVAM esse tipo de violência - mesmo estando em uma "guerra").

 Li o texto e procurei me colocar na posição da jovem batalhadora pelos ideais da esquerda de então... da batalhadora pelo progressismo.
 Não é fácil!
É trágico!
Se muitas pessoas levam traumas por toda a vida, às vezes por um simples momento de constrangimento, imagino a força dessa moça para seguir a vida e a carreira (bem sucedida, parece), tendo passado por essa situação emocional absurda, acrescida de tapas e ameaças.

 Lamento pelo que sofreu a jornalista, destacando que, obviamente, não sou solidário a ela por seus ideais de então, mas sou solidário a ela como ser humano, em razão dos MEUS ideais de sempre.

À princípio, pensei em fazer um longo texto para destacar o que penso a respeito, mas refletindo, achei melhor colocar o próprio texto sobre a jornalista com UMA, APENAS UMA das MILHARES de imagens que se veem DIARIAMENTE EM TODO O BRASIL.
E não é das piores torturas praticadas contra... "civís".

 Ressaltando, é claro, que os brasileiros que aparecem nessa imagem (representando todos os que sofrem) NUNCA LUTARAM contra governo nenhum ou contra ideologia nenhuma, sendo submetidos  a essa TORTURA e a essa BARBÁRIE, que podem não ter sido criadas, concordo, pelo “tal” progressismo,  defendido na luta dessa moça quando jovem, mas foram muito potencializada pela brutal INCOMPETÊNCIA e MALDADE dos que chegaram ao poder com essa ideologia.

NEM ESSES TORTURADOS E NEM OS MILHÕES DE BRASILEIROS QUE SOFREM TORTURA SEMELHANTE... DIARIAMENTE.


Além, é claro, da certeza da inconsistência de tal ideologia, que NÃO SERVIU A ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, EM MOMENTO NENHUM EM TODO O PLANETA, exceto a seus líderes que massacraram populações em todos os lugares.

Minha sugestão é:
Que os portais da internet e a tal comissão da verdade, DE UM LADO SÓ, que destacam a LUTA e o sofrimento dos idealistas, que GUERREAVAM contra os Governos Militares Brasileiros, DEEM O MESMO DESTAQUE, À ABSURDA TORTURA que sofrem os brasileiros no dia a dia, brasileiros que lutam APENAS E SOMENTE, por um amanhã... nem melhor que o ontem... ao menos, IGUAL, sem tanto sofrimento.

Segue a imagem 
da TORTURA DOS BRASILEIROS que lutam somente por suas vidas (desconsiderada por muitos “libertários de porra nenhuma”) e o texto da TORTURA sofrida pela jornalista que lutava por ideais de esquerda...


O texto sobre a jornalista:

 Por muito tempo, a jornalista Míriam Leitão não quis contar como foi sua prisão na época da ditadura. “Para não parecer que me vitimizo'', Míriam me disse há pouco.
Com altivez, ela denunciou os torturadores quando foi interrogada na Justiça Militar, nos anos 1970. Como tantas militantes que combateram a covardia, Míriam é mulher de verdade.
Uma das virtudes dos grandes repórteres é a persistência. E Luiz Cláudio Cunha é um grande repórter. O gaúcho persistiu e convenceu a mineira a falar sobre a quadra sombria em que penou nas mãos da barbárie.
Grávida, Míriam foi torturada nua. Trancaram-na com uma cobra.
É muito provável que um dos seus algozes tenha sido Paulo Malhães, o coronel do Exército morto meses atrás, depois de revelar atrocidades perpetradas contra seres humanos indefesos que ele e seus comparsas torturaram e mataram.
O depoimento histórico de Míriam Leitão a Luiz Cláudio Cunha e a reportagem que acompanha as memórias da ex-presa política estão no site do “Observatório da Imprensa'' (aqui).
Abaixo, o blog publica o que Míriam narrou a Luiz Cláudio:
( O blog está no Facebook e no Twitter )
'Eu sozinha e nua. Eu e a cobra. Eu e o medo'
Eu morava numa favela de Vitória, o Morro da Fonte Grande. Num domingo, 3 de dezembro de 1972, eu e meu companheiro na época, Marcelo Netto, estudante de Medicina, acordamos cedo para ir à praia do Canto, próxima ao centro da capital. Acordei para ir à praia e acabei presa na Prainha. É o bairro que abriga o Forte de Piratininga, essa construção bonita do século 17. Ali está instalado o quartel do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, do outro lado da baía.
Eu tinha dado quatro plantões seguidos na redação da rádio Espírito Santo e já tinha quase um ano de profissão. Eu vestia uma camisa branca larga, de homem, sobre o biquini vermelho. Caminhando pela Rua Sete em direção à praia, alguém gritou de repente:
– Ei, Marcelo?
Nos viramos e vimos dois homens correndo em nossa direção com armas. Eu reconheci um rosto que vira em frente à Polícia Federal. Meu ônibus sempre passava em frente à sede da PF e eu tentava guardar os rostos.
– É a Polícia Federal – avisei ao Marcelo
Em instantes estávamos cercados. Apareceram mais homens, mais um carro. Voltei a perguntar:
– O que está acontecendo?
Eles nos algemaram e empurraram o Marcelo para o camburão. Era uma camionete Veraneio, sem identificação. Eu tive uma reação curiosa: antes que me empurrassem sentei no chão da calçada e comecei a gritar, a berrar como louca, queria chamar a atenção das pessoas na rua. Mas ainda era cedo, manhã de domingo, havia pouca gente circulando. Achava que quanto mais gente visse aquela cena, mais chances eu teria de sair viva. Como eu berrava, me puxaram pelos cabelos, me agarraram para me colocar no carro. Eu, ainda com aquela coisa de Justiça na cabeça, reclamei:
– Moço, cadê a ordem de prisão?
O homem botou a metralhadora no meu peito e respondeu com outra pergunta:
– Esta serve?
As algemas eram diferentes, eram de plástico, e estavam muito apertadas, doíam no pulso. Viajamos sem capuz, eu e Marcelo, em direção a Vila Velha, onde fica o quartel do Exército. Eu ainda achava que não era nada comigo, que o alvo era o Marcelo. Ele estava no quarto ano de Medicina e tinha acabado de liderar a única greve de estudantes do país daquele ano, que trancou por dois dias as aulas na universidade de Vitória e paralisou os trabalhos no Hospital de Clínicas. Achei que estava presa só porque estava indo à praia com o Marcelo.
A Veraneio entrou no pátio do quartel, o batalhão de infantaria. Nos levaram por um corredor e nos separaram. Marcelo foi viver seu inferno, que durou 13 meses, e eu o meu. Sobre mim jogaram cães pastores babando de raiva. Eles ficavam ainda mais enfurecidos quando os soldados gritavam: “Terrorista, terrorista!”. Pareciam treinados para ficar mais bravos quando eram incitados pela palavra maldita. De repente, os soldados que me cercavam começaram a cantar aquela música do Ataulfo Alves: “Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade”. Só então percebi que minha prisão não era um engano. “Amélia” era o codinome que o meu chefe de ala no PCdoB tinha escolhido pra mim: “Você, a partir de agora, vai se chamar Amélia”. Quis reagir na hora, afinal não tenho nada de Amélia, mas não quis discordar logo na primeira reunião com o dirigente.
O comandante do batalhão era o coronel Sequeira [tenente-coronel Geraldo Cândido Sequeira, que exerceu o comando do 38º BI entre 10 de março de 1971 a 13 de março de 1973], que fingia que mandava, mas não via nada do que acontecia por lá. O homem que de fato mandava naquele lugar, naquele tempo, era o capitão Guilherme, o único nome que se conhecia dele. Ele era o chefe do S-2, o setor de inteligência do batalhão. Todos os interrogatórios e torturas estavam sob a coordenação dele. Ele pessoalmente nada fazia, mas a ele tudo era comunicado. Nesse primeiro dia me deu um bofetão só porque eu o encarei.
– Nunca mais me olhe assim! – avisou.
Fui levada para uma grande sala vazia, sem móveis, com as janelas cobertas por um plástico preto. Com a luz acesa na sala, vi um pequeno palco elevado, onde me colocaram de pé e me mandaram não recostar na parede. Chegaram três homens à paisana, um com muito cabelo, preto e liso, um outro ruivo e um descendente de japonês. Mandaram eu tirar a roupa. Uma peça a cada cinco minutos. Tirei o chinelo. O de cabelo preto me bateu:
– A roupa! Tire toda a roupa.
Fui tirando, constrangida, cada peça. Quando estava nua, eles mandaram entrar uns 10 soldados na sala. Eu tentava esconder minha nudez com as mãos. O homem de cabelo preto falou:
– Posso dizer a todos eles para irem pra cima de você, menina. E aqui não tem volta. Quando começamos, vamos até o fim.
Os soldados ficaram me olhando e os três homens à paisana gritavam, ameaçando me atacar, um clima de estupro iminente. O tempo nessas horas é relativo, não sei quanto tempo durou essa primeira ameaça. Viriam outras.
Eles saíram e o homem de cabelo preto, que alguém chamou de Dr. Pablo, voltou trazendo uma cobra grande, assustadora, que ele botou no chão da sala, e antes que eu a visse direito apagaram a luz, saíram e me deixaram ali, sozinha com a cobra. Eu não conseguia ver nada, estava tudo escuro, mas sabia que a cobra estava lá. A única coisa que lembrei naquele momento de pavor é que cobra é atraída pelo movimento. Então, fiquei estática, silenciosa, mal respirando, tremendo. Era dezembro, um verão quente em Vitória, mas eu tremia toda. Não era de frio. Era um tremor que vem de dentro. Ainda agora, quando falo nisso, o tremor volta. Tinha medo da cobra que não via, mas que era minha única companhia naquela sala sinistra. A escuridão, o longo tempo de espera, ficar de pé sem recostar em nada, tudo aumentava o sofrimento. Meu corpo doía.
Não sei quanto tempo durou esta agonia. Foram horas. Eu não tinha noção de dia ou noite na sala escurecida pelo plástico preto. E eu ali, sozinha, nua. Só eu e a cobra. Eu e o medo. O medo era ainda maior porque não via nada, mas sabia que a cobra estava ali, por perto. Não sabia se estava se movendo, se estava parada. Eu não ouvia nada, não via nada. Não era possível nem chorar, poderia atrair a cobra. Passei o resto da vida lembrando dessa sala de um quartel do Exército brasileiro. Lembro que quando aqueles três homens voltaram, davam gargalhadas, riam da situação. Eu pensava que era só sadismo. Não sabia que na tortura brasileira havia uma cobra, uma jiboia usada para aterrorizar e que além de tudo tinha o apelido de Míriam. Nem sei se era a mesma. Se era, talvez fosse esse o motivo de tanto riso. Míriam e Míriam, juntas na mesma sala. Essa era a graça, imagino.
Dr. Pablo voltou, depois, com os outros dois, e me encheu de perguntas. As de sempre: o que eu fazia, quem conhecia. Me davam tapas, chutes, puxavam pelo cabelo, bateram com minha cabeça na parede. Eu sangrava na nuca, o sangue molhou meu cabelo. Ninguém tratou de minha ferida , não me deram nenhum alimento naquele dia, exceto um copo de suco de laranja que, com a forte bofetada do capitão Guilherme, eu deixei cair no chão. Não recebi um único telefonema, não vi nenhum advogado, ninguém sabia o que tinha acontecido comigo, eu não sabia se as pessoas tinham ideia do meu desaparecimento. Só três dias após minha prisão é que meu pai recebeu, em Caratinga, um telefonema anônimo de uma mulher dizendo que eu tinha sido presa. Ele procurou muito e só conseguiu me localizar no fim daquele dezembro. Havia outros presos no quartel, mas só ao final de três semanas fui colocada na cela com a outras presas: Angela, Badora, Beth, Magdalena, estudantes, como eu.
Fiquei 48 horas sem comer. Eu entrei no quartel com 50 kg de peso, saí três meses depois pesando 39 kg. Eu cheguei lá com um mês de gravidez, e tinha enormes chances de perder meu bebê. Foi o que médico me disse, quando saí de lá, com quatro meses de gestação. Eu estava deprimida, mal alimentada, tensa, assustada, anêmica, com carência aguda de vitamina D por falta de sol. Nada que uma mulher deve ser para proteger seu bebê na barriga. Se meu filho sobrevivesse, teria sequelas, me disse o médico.
– A má notícia eu já sei, doutor, vou procurar logo um médico que me diga o que fazer para aumentar as chances do meu filho.
Mas isso foi ao sair. Lá dentro achei que não havia chance alguma para nós. Eu era levada de uma sala para outra, numa área administrativa do quartel, onde passava por outras sessões de perguntas, sempre as mesmas, tudo aos gritos, para manter o clima de terror, de intimidação. Na noite seguinte, atravessei a madrugada com uma sessão de interrogatório pesado, o Dr. Pablo e os outros dois berrando, me ameaçando de estupro, dizendo que iam me matar. Um dia achei que iria morrer. Entraram no meio da noite na cela do forte para onde eu fui levada após esses dois dias. Falaram que seria o último passeio e me levaram para um lugar escuro, no pátio do quartel, para simular um fuzilamento. Vi minha sombra refletida na parede branca do forte, a sombra de um corpo mirrado, uma menina de apenas 19 anos. Vi minha sombra projetada cercada de cães e fuzis, e pensei: “Eu sou muito nova para morrer. Quero viver”.
Um dia, um outro militar, que não era nenhum daqueles três, botou um revólver na minha cabeça e falou: “Eu posso te matar”. E forçou aquele cano frio na minha testa. Me deu um sentimento enorme de solidão, de abandono. Eu me senti absolutamente só no mundo. Pela falta de notícias, imaginava que o Marcelo estava morto. Entendi que iria morrer também e que ninguém saberia da minha morte, pensei. Mas não quis demonstrar medo. Lembro que o homem do revólver tinha olhos azuis. Olhei nos seus olhos e respondi: “Sim, você pode pode me matar”. E repeti, falando ainda mais alto, com ar de desafio: “Sim, você pode!”
Um dos interrogatórios foi feito na sala do capitão Guilherme, o S-2 que mandava em todos ali. Era noite, ele não estava, e me interrogaram na sala dele. Lembro dela porque havia na parede um quadro com a imagem do Duque de Caxias. Estava ainda com o biquíni e a camisa, era a única roupa que eu tinha, que me protegia. Nessa noite, na sala, de novo fui desnudada e os homens passaram o tempo todo me alisando, me apalpando, me bolinando, brincando comigo. Um deles me obrigou a deitar com ele no sofá. Não chegaram a consumar nada, mas estavam no limite do estupro, divertindo-se com tudo aquilo.
Eu estava com um mês de gravidez, e disse isso a eles. Não adiantou. Ignoraram a revelação e minha condição de grávida não aliviou minha condição lá dentro. Minha cabeça doía, com a pancada na parede, e o sangue coagulado na nuca incomodava. Eu não podia me lavar, não tinha nem roupa para trocar. Quando pensava em descansar e dormir um pouco, à noite, o lugar onde estava de repente era invadido, aos gritos, com um bando de pastores alemães latindo na minha cara. Não mordiam, mas pareciam que iam me estraçalhar, se escapassem da coleira. E, para enfurecer ainda mais os cães, os soldados gritavam a palavra que enlouquecia a cachorrada: “Terrorista, terrorista!…”
As primeiras três semanas que passei lá foram terríveis. Só melhorou quando o Dr. Pablo e seus dois companheiros foram embora. Entendi então que eles não pertenciam ao quartel de Vila Velha. Tinham vindo do Rio, é o que chegaram a conversar entre eles, em papos casuais: “E aí, quando voltarmos ao Rio, o que a gente vai fazer lá…” Isso fazia sentido, porque o quartel de Vila Velha integra o Comando do I Exército, hoje Comando do Leste, que tem o QG no Rio de Janeiro.
Quando o trio voltou para o Rio, a situação ficou menos ruim. Eles já não tinham mais nada para perguntar. Me tiraram da cela da fortaleza e me levaram para a cela coletiva. Foi melhor. Na cela do forte não havia janelas, a porta era inteiriça e minhas companhias eram apenas as baratas. Fiz uma foto minha, agora em 2011, ao lado da porta.
Até que chegou o dia de assinar a confissão, para dar início ao IPM, o inquérito policial-militar que acontecia lá mesmo, dentro do quartel. Me levaram para a sala do capitão Guilherme, o S-2, e levei um susto. Lá estava o Marcelo, que eu pensava estar morto. Os militares saíram da sala e nos deixaram sozinhos. Quando eu fui falar alguma coisa, o Marcelo me fez um sinal para ficar calada. Ele levantou, foi até a parede e levantou o quadro do Duque de Caxias. Estava cheio de fios e microfones lá atrás. Era tudo grampo.
Depois disso, o Marcelo foi levado para o Regimento Sampaio, na Vila Militar, no Rio de Janeiro, e lá ficou nove meses numa solitária. Sem banho de sol, sem nada para ler, sem ninguém para conversar. Foi colocado lá para enlouquecer. Nove longos e solitários meses… Nós, todos os presos, e os que já estavam soltos nos encontramos mais ou menos em junho na 2ª Auditoria da Aeronáutica, para o que eles chamam de sumário de culpa, o único momento em que o réu fala. Eu com uma barriga de sete meses de gravidez. O processo, que envolvia 28 pessoas, a maioria garotos da nossa idade, nos acusava de tentativa de organizar o PCdoB no estado, de aliciamento de estudantes, de panfletagem e pichações. Ao fim, eu e a maioria fomos absolvidos. O Marcelo foi condenado a um ano de cadeia. Nunca pedi indenização, nem Marcelo. Gostaria de ouvir um pedido de desculpas, porque isso me daria confiança de que meus netos não viverão o que eu vivi. É preciso reconhecer o erro para não repeti-lo. As Forças Armadas nunca reconheceram o que fizeram.
Nunca mais vi o capitão Guilherme, o S-2 que comandou tudo aquilo. Uma vez ele apareceu no Superior Tribunal Militar como assessor de um ministro. Marcelo foi expulso do curso de Medicina, após a prisão, e virou jornalista. Fomos para Brasília em 1977. Por ironia do destino, Marcelo só conseguiu vaga de repórter para cobrir os tribunais. E lá no STM, um dia, ele reviu o capitão Guilherme. Depois disso, não soubemos mais dele. Nem sei se o S-2 ainda está vivo.
O que eu sei é que mantive a promessa que me fiz, naquela noite em que vi minha sombra projetada na parede, antes do fuzilamento simulado. Eu sabia que era muito nova para morrer. Sei que outros presos viveram coisas piores e nem acho minha história importante. Mas foi o meu inferno. Tive sorte comparado a tantos outros.
Sobrevivi e meu filho Vladimir nasceu em agosto forte e saudável, sem qualquer sequela. Ele me deu duas netas, Manuela (3 anos) e Isabel (1). Do meu filho caçula, Matheus, ganhei outros dois netos, Mariana (8) e Daniel (4). Eles são o meu maior patrimônio.
Minha vingança foi sobreviver e vencer. Por meus filhos e netos, ainda aguardo um pedido de desculpas das Forças Armadas. Não cultivo nenhum ódio. Não sinto nada disso. Mas, esse gesto me daria segurança no futuro democrático do país. [Depoimento a Luiz Cláudio Cunha]



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

- MUITO PRAZER! SOU REAÇA!


Gostaria de fazer essa confissão aqui:
- SOU TOTALMENTE E COMPLETAMENTE REACIONÁRIO!


É BRUTAL E ABSURDA  a dilapidação do patrimônio público para o benefício de alguns poucos do "pudê" e dos "aliados" ao "pudê".


Se o progressismo (na minha opinião: "pogreçismo") assumiu o Brasil com uma GRANDE ESTABILIDADE e levou o Brasil ao ABSURDO E RIDÍCULO pib ZERO, QUE TEMOS HOJE), SEM SAÚDE, SEM SEGURANÇA, SEM EDUCAÇÃO, está levando a Venezuela próximo da IDADE MÉDIA que se vive em CÚba...

SÓ POSSO SER, OBVIAMENTE E INTELIGENTEMENTE, REACIONÁRIO!

É muito claro e patente o sofrimento e as mortes do povo brasileiro humilde por falta de atendimento na saúde e de todo o povo, pelo total descaso com a Segurança de todos.

Não consigo aceitar sem reagir, à tanta safadeza, corrupção, picaretagem, enganação e insensibilidade com o sofrimento do brasileiro humilde e inculto.
Além, é claro, do APOIO DOS "pogreçistas" AOS DITADORES SANGUINÁRIOS E IDEOLOGIAS E CRENÇAS SANGUINÁRIAS.


Que cada um assuma a "CUMPLICIDADE" com a ideologia que quiser, mas sempre consciente que TODO o sofrimento e TODAS as mortes, em razão desse apoio, da incompetência, da roubalheira e da corrupção...
também será debitada na conta cósmica de quem apóia a barbárie...

TENHO ORGULHO DE SER REACIONÁRIO!

domingo, 10 de agosto de 2014

Para os Pais... "Deixe o Velho em Paz"

Como postei no ano anterior...
Hoje,

meu sentimento para com o meu pai não é diferente de ontem... e nem diferente de amanhã.

O sentimento de hoje, o carinho de hoje, o respeito de hoje, a saudade de hoje e a compreensão da lei natural da vida, de hoje...  É de sempre!
Todo sentimento de hoje é, exatamente, igual ao de ontem e igual ao de amanhã.

Mas... hoje, pelo símbolo do “Dia dos Pais”... mando um recado pro meu:

- Obrigado pelo Exemplo de Dignidade, Honra e Decência.

-  Pelo Exemplo de Justiça e Honestidade.
-  Pela Abertura Imensa do seu Coração, que sempre acolheu mais pessoas que o espaço que havia para tanto.
-  Por tantas coisas, embora apagadas na lembrança, transformadas que foram em sentimentos de Paz, Harmonia, Serenidade, Honra e Decência. 

Adolescente, como a maioria dos jovens, embora com muito  respeito, eu não conseguia entender algumas das suas posições.
Consegui compreende-lo muito melhor... quando subiu para o segundo andar.
E aprendi a compreendê-lo plenamente... apenas quando me tornei pai.

E, hoje, em mais essa homenagem, 

aproveito para lembrar dos meus irmãos que, em muitos momentos da minha vida, também foram meus país.


E de alguns país de pessoas próximas, que me inspiraram com seu exemplo de Dignidade, Honra, Decência e Honestidade.


Obrigado a todos!


Amanhã... e depois...  e depois... continuo lembrando...


A homenagem de hoje vai pelo Taiguara, afinal...

- "O futuro espelha esse mesmo velho que... somos nós"



terça-feira, 5 de agosto de 2014

MEU VOTO É SEMPRE PARA "OS MELHORES"...

É natural, em épocas de Eleição, ouvirmos muito gente manifestar a insatisfação com a classe política.

O povo brasileiro Honrado, Trabalhador e Honesto, indignado com a imensa e absoluta roubalheira dos políticos, MAS, MUITO POTENCIALIZADA NOS ÚLTIMOS 12 ANOS no Brasil, costuma expressar sua intenção de voto no candidato "menos ruim", menos pior, menos ladrão... etc...

Estou na contra-mão dessa postura de grande parte do povo brasileiro Honrado, Honesto e Trabalhador, no qual me incluo com orgulho.

Procuro analisar a postura, a história, a competência e a Responsabilidade dos candidatos e me posiciono...
VOTO SEMPRE NO MELHOR!

Por essa razão, me dou o direito de manifestar meu voto neste meu espaço:

Para Presidente, pelo Brasil, por sua História, Competência e Responsabilidade
VOTO AÉCIO - 45

Para Governador, por São Paulo, por sua História, Competência e Responsabilidade
VOTO ALCKMIN - 45

Para Senador, por São Paulo, por sua História, Competência e Responsabilidade
VOTO SERRA - 45

Para Deputado Federal, pelo Brasil, por sua História, Competência e Responsabilidade
VOTO PSDB - 45 - vou analisar e escolher o candidato


Para Deputado Estadual, por São Paulo, por sua História, Competência e Responsabilidade 

VOTO PSDB - 45 - vou analisar e escolher o candidato

lembrando sempre:

1 - ELEIÇÃO DE SENADOR E DEPUTADO E MUITO MAIS IMPORTANTE QUE ELEIÇÃO DE PRESIDENTE!

2 - QUEM VOTA NULO OU "PASSEIA" NO "FERIADO" DA ELEIÇÃO VOTA NO PT