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ogueiros Decentes

Ainda que teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos,

como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...

(Saint-Exupéry)



quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Lembrando Rudyard Kippling

Se é capaz de manter dignidade quando
Quem devia ter já a perdeu, e mente
Crer em decência e honestidade, apesar do bando
E para todos, como exemplo, continuar decente;

Se percebes que aumenta demais a safadeza
De gente que afirmava, seria o grande exemplo
Vês incompetência, fraude, roubo, e com tristeza,

Entendes que para muitos a “maracutaia” é um templo

Se consegues pensar, e trabalhar, além do pensamento.
E lutar pelos teus sonhos, não tão “mirabolantes”
A competência, verdade e decência, com algum alento,
Ambicionar, de novo, coisas... tão distantes

Se queres orientação e instrução de verdade,
para melhorar a vida e aprender lutar,
Não precisa, aprendes que a oportunidade
ganhas no Bolsa-familia, é só saber votar!

Se ouves novas gracinhas e novas palhaçadas
Aumentando as bobagens e estupidez que ouviste
E dignidade, imagem, respeito, então esculhambadas,
Conservar honestidade que mesmo assim, persiste

Se ouves aos pedaços todo discurso ridículo,
Algumas vezes triste, algumas vezes cômico,
Acabas concluindo que o problema é só político,
Embora insistam em dizer que é econômico.

Mas se permites que em tudo a ingenuidade
Faça que acredites sincera a intenção
Deves exigir de políticos que pregam a verdade
Abrir o próprio sigilo em toda a eleição

Se permites que homens públicos errados
Entrem no teu lar pela televisão
E falem aos teus filhos, que serão enganados
Para aceitar como você, toda essa podridão

Se és capaz de ter integridade sem desesperares,
E, enganado, não mentir aos costumeiros,
E, sendo espoliado, sempre ao roubo te esquivares,
Não aceitar maracutaia por mil, ou trinta dinheiros

Se vês nos seus, tanta incompetência,
Para rápida prosperidade, com todos os mistérios
Vês políticos “alquimistas”, sempre com tendência,

De transformar casebres em Grandes Impérios

Se tentas em minguada aposta, dia após dia
Ganhar uma só vez e ultrapassar tormentas
Constatas que vai a sorte de toda a loteria
Pra deputado, que ganha mais de duzentas

Se ainda assim, sem exteriorizar lamento
Mas, também não aceitando as picaretadas
Constatas que o deputado era do orçamento
E não vês mais nas ruas os caras-pintadas

Se a embaixada que te representa, e ama,
vira um reduto prá organizar tocaia,

se transforma em triste casa de maria joana,
pensão de terceira e casa do zélaya

Se agüentas tudo isso e bem no fundo
Espoliado, explorado, exausto e sem dinheiro
Continuas pensar que é o melhor lugar do mundo
Não és louco, não, meu filho
És brasileiro!

(Última quadra copiada)

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